quinta-feira, 19 de maio de 2011

Tudo como sempre...

Venho acompanhando essa história há tempos e sempre fico pensando em mil e uma coisas pra dizer,altos textos pra postar, mas o sentimento é tão forte que me faltam palavras. Mas acho que tem uma palavrinha que pode descrever como eu fico com tudo isso: frustrada.
Do que eu estou falando? Do dramalhão mexicano da venda dos direitos de transmissão dos jogos do campeonato brasileiro. Desde o início do ano vem se desenhando uma queda de braço entre o Clube dos 13, os times e as emissoras de TV para a venda dos direitos de transmissão dos jogos nos próximos três anos.
No tempo que acompanho futebol, nunca vi esse assunto render tanto. A gente está tão acostumado com a Rede Globo transmitir os jogos, que nunca parou pra pensar em como acontecem os contratos, as disputas etc. Até porque a emissora sempre ganhou todas. Mas esse ano...
Ventos de mudança pareciam soprar no horizonte do futebol brasileiro. Pela primeira vez surgiu um concorrente que parecia ter poder de fogo pra brigar pelos direitos de transmissão. Com uma boa proposta, a Rede Record entrou com tudo na disputa. Será que o poder iria finalmente mudar de mãos? 
Foi aí que o caldo entornou... com manobras de bastidores dignas de filmes de Coppola, o que antes parecia ser uma disputa comercial normal se transformou numa palhaçada com direito a reconhecimento de títulos e Taça de Bolinhas pra fazer média com time, acordos fora das regras entre outras coisas. Resultado: Tudo na mesma e o Clube dos  13, que já existia praticamente só por existir, esfacelado. No melhor estilo "farinha pouca meu pirão primeiro" os times saíram numa sangria desatada de acertos individuais, que as proposta das outras emissoras se esvaziaram e tudo terminou em pizza. O último herói da resistência, o Clube Atlético Mineiro, não resistiu à pressão e também acertou com a Globo, apesar do incômodo olfativo de seu presidente. E o Clube dos 13, que finalmente poderia assumir o papel de atalaia da independência do futebol no Brasil, saiu com um papel menor do que já tinha...
Não tenho nada contra a Rede Globo e nem questiono a qualidade técnica das transmissões. O que me deixa frustrada é perceber que os times não têm idéia de seu poder. Como preferem manter o status quo e se submeter a ter que arcar com as responsabilidades de uma escolha inovadora. Mesmo que os riscos valessem a pena.Os times não precisam da Rede Globo, é ela que precisa dos times. Ou vocês acham que essa operação "rolo compressor" foi com qual intenção?
Mas, de qualquer forma, quando a bola rolar sábado e nos próximos 4 (ou 40 ou 400...) anos, talvez a  esmagadora maioria dos torcedores não façam idéia de que o futebol brasileiro, que é um dos maiores do mundo, perdeu uma chance incrível de ser maior ainda.

5 comentários:

  1. Já virou rotina , acho que seria bom dar uma variada , seria legal ver outras emissoras transmitindo o Camp Brasileiro , texto nota 10 Parabéns!!!

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  2. Realmente foi uma palhaçada, a GLOBO com certeza manda no futebol brasileiro, e tem mais (tomara que ñ) mas acredito que ela manipula os resultados.E negocio de pir jogos às 22:00 hrs é uma covardia com o torcedor. Dirigentes estão todos nas mãos dela, vamos até quando?

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  3. Esse negócio é ridículo,você nunca vê esses problemas na Inglaterra,por exemplo,e lá se rende tudo muito mais,venda de replays,transmissões,etc ...

    Quanto a isso,o texto ficou bom !

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  4. Difícil imaginar um cenário diferente. Infelizmente viramos refem da covardia e falta de ousadia dos times.

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  5. Fato é que a Globo tem ágio nos contratos com o Clube dos 13. Dessa vez desistiu porque viu que iria perder. Negociou em separado, por questões de exposição e na certeza da concordância dos clubes.

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Tudo bem no ano que vem?

 E eis que resolvo voltar a esse cantinho que, mesmo por pouco tempo, me proporcionou muita coisa boa, mas que o corre corre do dia a dia me...